Apesar de baixa umidade, produtor deve manter aplicações planejadas, orienta pesquisadora da Fundação Rio Verde
28/11/2023
Apesar de baixa umidade, produtor deve manter aplicações planejadas, orienta pesquisadora da Fundação Rio Verde

A cada safra, produtores programam aplicações de fungicidas durante o período de desenvolvimento das plantas

A forte onda de calor que tem impactado a agricultura em boa parte do país baixou a umidade no solo. Apesar disso, o produtor deve estar atento a aplicação de fungicidas em suas lavouras. O alerta é da pesquisadora Luana Belufi, coordenadora do Laboratório de Fitopatologia da Fundação Rio Verde.

A aplicação de fungicida faz parte do manejo preventivo de doenças. Ele é necessário para evitar o surgimento de doenças nas lavouras e minimizar o impacto na produtividade.

As mesmas condições climáticas que favorecem o crescimento e desenvolvimento da cultura da soja, também podem influenciar no desenvolvimento de algumas doenças.

De acordo com Luana, é necessário que o produtor esteja atento, pois mesmo que o solo não tenha a umidade desejada, ainda há risco de doenças. “Por não ter chuva, por causa da temperatura alta, às vezes o produtor pode pensar em não fazer algumas aplicações por achar que não está tendo infecção. Pelo contrário, a gente vê que, apesar de não ter umidade, ter altas temperaturas, as infecções ainda ocorrem”, assinalou.

A pesquisadora informou que há regiões em Mato Grosso com presença de mancha-alvo, um patógeno cujos sintomas característicos são manchas foliares circulares que podem atingir até 2 cm de diâmetro. Essas manchas ocorrem principalmente nas folhas baixeiras e têm o centro escuro e anéis concêntricos.

“É preocupante e a gente sempre liga o alerta: produtor tem que saber que é importante fazer as aplicações dentro daquelas datas e períodos programados, porque a infecção no campo ocorre porque os patógenos estão ali no ambiente”, alerta.

Nos últimos dias ocorreram pancadas de chuva em algumas regiões do Estado e com isso, as plantas tendem a se desenvolver. E o crescimento pode dificultar a aplicação de defensivos, prejudicando a prevenção contra os patógenos. “Atingir nosso alvo vai ser mais difícil. Então as aplicações iniciais para evitar essa infecção inicial é extremamente importante”, reforça Luana. “Se acabou não fazendo uma aplicação no início, fazer essa aplicação lá pra frente às vezes não vai ter o mesmo sucesso”, completou.

Além da mancha-alvo, que já está presente em lavouras mato-grossenses, outras doenças que preocupam o produtor e os profissionais que atuam no segmento agrícola são a antracnose e ferrugem-asiática, cujo risco de estar presente nas lavouras é bastante alto por conta das condições climáticas.

Fonte: Verbo Press

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