Grupo veio buscar experiências desenvolvidas com sucesso pela instituição para melhorar propriedades no país vizinho
Uma comitiva de produtores rurais argentinos visitou a Fundação Rio Verde na manhã desta quinta-feira (09). O grupo conheceu um pouco da trajetória da instituição de pesquisas e as ações desenvolvidas para o fortalecimento do agronegócio mato-grossense. O grupo busca entender as inovações e desafios enfrentados pelos agricultores brasileiros, bem como compartilhar experiências de sua própria região.
A visita é vista como uma oportunidade para os participantes analisarem as semelhanças e diferenças entre as práticas agrícolas em diferentes contextos climáticos e econômicos. Ela foi dividida em dois momentos. Logo após chegarem à sede administrativa da Fundação Rio Verde, o grupo ouviu o diretor de comunicação da entidade, Rangel Portela. Ele apresentou um histórico da fundação, suas diretrizes de trabalho e a realização do Show Safra. Os produtores tiveram oportunidade de fazer perguntas sobre as pesquisas realizadas, identificação de doenças e manejos.
Em seguida, na segunda etapa da programação, o grupo seguiu a campo, visitando o campo experimental, onde ocorre o trabalho dos pesquisadores sobre as culturas do milho, soja e algodão. Os visitantes também fizeram várias perguntas e aproveitaram para registrar as plantações de algodão e milho, em fase de cultivo. A área destinada ao soja foi colhida recentemente.
Nascido na Holanda, Max van Tuyll hoje tem propriedade na Argentina. Casado com uma brasileira, ele chegou a morar alguns anos no interior do Paraná. Max, que fala com desenvoltura a língua portuguesa, explicou que os produtores que integram a comitiva são velhos conhecidos. Eles compartilham experiências de suas propriedades em reuniões que ocorrem mensalmente. Nesses encontros os produtores se ajudam, procurando melhorar suas condições de produção. Tuyll elogiou o trabalho desenvolvido pela Fundação Rio Verde. “Isto aqui é interessante, porque claramente é um ambiente de imparcialidade, trata de ser o mais parcial, o mais correto possível. Isso é muito bom e importante”.
Outro produtor rural que integra a comissão, Francisco Perkins disse que há muitas semelhanças entre os dois países na área produtiva. Contudo, o solo argentino é mais fértil, logo utiliza menos produtos. Por outro lado, a tecnificação da agricultura brasileira é mais avançada, principalmente em razão da sequência do calendário de plantio e colheita, que é bastante intenso. Chico, como é chamado entre o grupo de produtores, lembra que esteve no país há cerca de 20 anos e ficou surpreso com os avanços obtidos. “Mato Grosso ainda não se destacava na produção e a agora, pra eles, tudo é novo”, disse por meio de Ricardo Arioli, que serviu de interprete ao grupo. “Ele disse: já entendemos que aqui o que vocês tem é chuva. O resto precisa colocar tudo pra poder ter uma boa produtividade”.
Para Rangel Portela, diretor de comunicação da Fundação Rio Verde, o intercâmbio de conhecimentos é fundamental para impulsionar a agricultura em todo o mundo. Ele ressaltou a importância de aproveitar a experiência dos visitantes para melhorar as práticas agrícolas locais e promover o desenvolvimento sustentável.
“É muito importante para a fundação apresentar os trabalhos, não só para a comunidade local ou do estado, mas pra fora do Brasil. Eles trouxeram muitos questionamentos, conforme a cultura de soja, milho, algodão. E querem aprender um pouco mais como que o produtor rural brasileiro, aqui da nossa região, consegue trabalhar com todo esse custo alto de manejo, de aplicação e condução das lavouras aqui no Estado”, assinalou Rangel.
Fonte: Verbo Press