Semeador é aquele que sai de sua terra e parte para a ação, mas semeia onde Deus quer. É paciente e obediente, espera persistente frutificar e tem fé, pois os frutos sempre vêm.
Era uma vez uma família que rezava. O seu Casemiro Chitolina e a Dona Edviges Dalcin Chitolina (ambos já falecidos), descendentes de imigrantes italianos, buscavam o sustento da família com o trabalho na roça. Não falavam uma palavra em português e o terço era rezado todas as noites.
A vida em São Marcos, comunidade rural do município de Tuparendi, estado do Rio Grande do Sul, prosperou com o nascimento dos filhos Élio e Honorino (já falecidos), Marcos, Nilva, Vilmar, Jandira, Vital, Inês, João, Pedro e Bernardete.
A oração estava presenta na família e as noites de novena frequentes. Além disso, a fé e a força inabaláveis da Nona Edviges foram exemplo para o seminarista Vital, encaminhado para os primeiros estudos na Escola Apostólica São Miguel na cidade de Crissiumal, Rio Grande do Sul, entre 1968 e 1971. Lá ele conheceu a vida religiosa da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os Dehonianos.
Entre 1972 e 1974, em Curitiba, Paraná, desenvolveu os estudos médios no Instituto Dehonista de Curitiba. Em 1975, ingressou no noviciado em Jaraguá do Sul, Santa Catarina e em 1978, concluiu a graduação em Filosofia na Fundação Educacional de Brusque. Em São Paulo, formou-se nos estudos teológicos em Taubaté.
Todas essas andanças e estudos já anunciavam a preparação dos caminhos do Senhor e de seus desígnios.
Em 25 de fevereiro de 1984 emitiu sua Profissão Religiosa Solene na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus e sua ordenação ocorreu em 16 de dezembro de 1984, em São Marcos, Tuparendi, Rio Grande do Sul.
Parentes e amigos lembram com carinho da ordenação do Tio Bispo. A entrada da família e da enxada, símbolo do trabalho árduo dessa comunidade ligada à terra que com a graça de Deus provê os frutos e os sustento.
Seu Ministério Sacerdotal foi marcado pelo trabalho em comunidades iniciais, formando novos sacerdotes em Corupá, Santa Catarina, depois como Vigário Paroquial em Porto dos Gaúchos, já em terras mato-grossenses. Nesta cidade, ele deixou saudades e quando se encontra com alguém que viveu lá naquela época, essa pessoa diz: “Querido Padre Vital”. Depois foi a Novo Horizonte, em Mato Grosso, e em 1996, chegou a Lucas do Rio Verde. Ficou por apenas dois anos, mas deixou histórias, bons amigos, e obras memoráveis, pois participou da construção da Casa Paroquial e do Salão da Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Foi aqui também que Dom Vital recebeu a notícia do início do processo de Ordenação Episcopal, sendo nomeado, em 23 de dezembro de 1997, como Bispo Prelado para a Prelazia de Paranatinga, aqui no Estado.
O lema foi inspirado em São João Batista – em latim, Parate viam – Preparai o caminho do Senhor. Caminhos preparados pela fé, pela oração e pelo trabalho. “Rezem um Santo Anjo e uma Ave Maria para o Bispo” – ele sempre pede.
Sua ordenação Episcopal aconteceu em 19 de abril de 1998 em uma bela festa organização em São Marcos, Tuparendi, onde não faltaram amigos de Lucas do Rio Verde.
Já foi presidente do Regional Oeste II da CNBB e é Bispo da Diocese de Diamantino desde 24 de fevereiro de 2012.
Os caminhos do Dom Vital sempre o trazem a Lucas, pois auxiliou na construção da Igreja da comunidade Rosa Mística, quando ela era apenas uma capela e também fortaleceu o trabalho de construção da hoje Igreja Matriz Rosa Mística, Quase Paróquia.
É certo que a Nona Edviges ensinou o Dom Vital a rezar e preparou o caminho do Bispo, ainda é certo que Lucas do Rio Verde ajudou-o a ser o padre que ele é hoje. Porém, também é certo que Lucas do Rio Verde é uma comunidade de fé, que reza, participa, trabalha e se doa ao serviço do Senhor, porque o caminho foi preparado e Dom Vital, muitas vezes com a enxada e outras tantas com o báculo nas mãos, é trabalhador e semeador incansável.
Este é o semeador Dom Vital Chitolina, que semeou nas terras férteis de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, e segue preparando o caminho para novas sementes e frutos dadivosos.
Graças a Deus!