INCIDÊNCIA DE GRÃOS ARDIDOS NA COLHEITA DO MILHO
10/07/2015
INCIDÊNCIA DE GRÃOS ARDIDOS NA COLHEITA DO MILHO

A colheita do milho safrinha segue no Mato Grosso, sendo que 21% da área plantada já foram colhidas, segundo o último boletim do IMEA - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. Porém, os produtores da região de Lucas do Rio Verde relatam o alto índice de grãos ardidos presente nas lavouras em 80% dos casos.

Traçando um panorama dos problemas descontos por grãos ardidos na cultura do milho segunda safra a Fitopatologista Luana Belufi destaca que os maiores descontos ocorreram no milho segunda safra semeado no mês de janeiro, que acabou coincidindo com o período de formação da espiga com os excessos de chuvas ocorridas no mês de março. Nestes casos os descontos de grãos ardidos/avariados chegaram até 35% do volume entregue no armazém.

O termo grãos ardidos refere-se aos grãos produzidos em espigas que sofreram algum processo de podridão. São considerados ardidos os grãos que apresentam, pelo menos, um quarto de sua superfície com descolorações variando de marrom claro, marrom escuro, roxo, vermelho claro a vermelho escuro. Os principais patógenos causadores de grãos ardidos são Stenocarpela maydis(=Diplodia maydis), Stenocarpela macrospora (=Diplodia macrospora), Fusarium moniliforme, F. subglutinans e Gibberella zeae. E também, no campo, há produção de grãos ardidos pelos fungos do gênero Penicillium spp. e Aspergillus spp.. Como padrão de qualidade, tem-se adotado a tolerância máxima de 6% de grãos ardidos em lotes comerciais de milho.

A incidência desses fungos nos grãos normalmente ocorre pela infecção da espiga, sendo favorecida por clima úmido e quente na fase de polinização, mau empalhamento e por injúrias causadas por insetos nas espigas.

No processo de colonização dos grãos, muitas espécies de fungos toxigênicos, podem, além dos danos físicos (descolorações dos grãos, reduções nos conteúdos de carboidratos, de proteínas e de açucares totais), produzir micotoxinas.

Nesta safra houve altos índices de chuvas nos meses de março e abril, período que a maioria das lavouras estavam suscetíveis ao ataque de patógenos causadores de danos a espiga, favorecendo a incidência do milho ardido em lotes comerciais.

O manejo integrado para o controle da podridão da espiga envolve a utilização de cultivares resistentes, controle químico preventivo, sementes livres de patógenos, destruição de restos culturais de milho infectados e a rotação de culturas, visto que o milho é o único hospedeiro destes patógenos, destacou a fitopatologista.

Fonte: Fundação Rio Verde

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