A Embrapa e a Basf lançaram nesta quarta-feira, durante o Show Safra BR 163, em Lucas do Rio Verde (MT), a BRS A501 CL, primeira cultivar de arroz de terras altas resistente a herbicida. A apresentação do material, foi realizada no estande da Embrapa e contou com a participação dos pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do material, sementeiras licenciadas e convidados.
A BRS A501 CL é resultado do programa de melhoramento genético convencional da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), por meio de uma parceria com a Basf, detentora da tecnologia Clearfield. Desenvolvida com o cruzamento de diferentes materiais de arroz, não se trata de um evento transgênico.
Resistente ao herbicida de amplo espectro de ação Kifix, a cultivar é recomendada para sistemas de plantio direto na palha e para áreas com problemas de plantas daninhas resistentes ao glifosato, onde é necessária a rotação de moléculas.
“Essa não é uma tecnologia somente para os produtores de arroz. É para todo sistema de produção”, destaca o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, André Coutinho.
É o caso do produtor de Lucas do Rio Verde Ademir Fischer. Ele já utiliza arroz na rotação em áreas de soja. Todos os anos cultiva arroz seguido de um plantio de cobertura em algum talhão de sua fazenda. No ano seguinte, ao retornar com a soja a produtividade chega a aumentar em até dez sacas. Para ele, a maior dificuldade na rizicultura está no controle das plantas daninhas.
“Como nas minhas áreas eu planto soja há 30, 35 anos, tudo quanto é espécie de plantas daninhas eu tenho ali. E o controle é muito delicado. O produtor não pode perder o time em nenhum momento. Espero que essa variedade seja o canal para plantar arroz em terras velhas”, afirma o produtor.
Primeira de muitas
De acordo com André Coutinho, a BRS A501 CL é a primeira de outras que serão lançadas pela Embrapa a curto e médio prazo também com a tecnologia Clearfield, em parceria com a Basf. Novos materiais encontram-se em fase de validação.
Com o uso dessa tecnologia, o produtor precisa fazer apenas duas pulverizações de Kifix ao longo da safra, reduzindo em até 50% os custos com controle de plantas daninhas.
“É uma tecnologia que vem ajudar os produtores do Cerrado. Já trabalhamos com ela na região Sul em áreas irrigadas e agora teremos também em áreas de sequeiro. Temos orgulho dessa parceria e queremos contribuir com a cultura do arroz no Cerrado”, disse durante o lançamento da BRS A501 CL o gerente de marketing em Mato Grosso da Basf, Alexandre Kurosaki.
Alto rendimento de grãos
Outra característica da BRS A501 CL é o alto e estável rendimento de grãos inteiros. De acordo com o pesquisador líder do programa de melhoramento de arroz da Embrapa Arroz e Feijão, Adriano Castro, a cultivar apresenta constantemente mais de 60% de grãos inteiros.
Esse alto rendimento se mostra estável no período de 25 a 53 dias após o florescimento, o que permite ao produtor ampliar a janela de colheita do arroz sem que haja perda na qualidade do produto final.
“Se por algum motivo o produtor não puder colher nessa semana, ele pode colher na semana seguinte sem prejudicar o rendimento”, destaca Castro.
Com ciclo médio, de 101 a 110 dias, a BRS A501 CL é indicada para as região Centro-Oeste e Norte do país. Tem produtividade média é de 4 mil kg por hectare e potencial produtivo ultrapassando os 8 mil kg.
Comercialização
As sementes da BRS A501 CL estarão disponíveis para os produtores nas sementeiras licenciadas a partir da safra 2017/2018. Confira aqui onde encontrar sementes.
Gabriel Faria (mtb 15.624 MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril
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Fonte: Gabriel Faria/Embrapa