Monitoramento de nematoides como ferramenta de manejo
03/12/2015
Monitoramento de nematoides como ferramenta de manejo

A semeadura de soja segue no Mato Grosso, 93% da área foi plantada, segundo o último boletim do IMEA - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. Verifica-se que grandes parte da área está enfrentando dificuldades no desenvolvimento inicial principalmente pela má distribuição de chuvas. Diante de um cenário de grandes problemas o produtor deve estar atento a todas as técnicas de manejo para que possam garantir rendimentos em suas lavouras. Considerando que os fitonematoides sejam responsáveis por cerca de 10% das perdas em produtividade na cultura da soja no Brasil. E devido sua característica de ser hospedeira de um grande número de espécies vegetais pois além da soja atacam as culturas da soja, milho e algodão e da sua capacidade de adaptação.
A severidade do dano causado depende de vários fatores entre eles a espécie de nematoide, o nível de infestação, as condições climáticas, o tipo de solo e as práticas culturais adotadas. Além disso, a situação agrava se pela interação com outros organismos patogênicos, especialmente na presença de fungos do solo. As principais espécies encontradas na regiões produtoras de Mato Grosso são os nematoides de galhas Meloidogyne javanica e M. incognita, o nematoide de cisto Heterodera glycines, o nematoide das lesões radiculares Pratylenchus brachyurus e o nematoide reniforme Rotylenchulus reniformis. Na cultura da soja o nematoide de cisto o Heterodera glycines, é o principal problema da soja nos diversos países onde a mesma é cultivada, os nematoides de galhas, principalmente Meloidogyne javanica causam redução à produção de soja por sua característica de danos ao sistema radicular. O nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) está amplamente disseminado no Brasil. As perdas causadas por este nematoide têm aumentado nas últimas safras, principalmente na região central do Brasil devido ao tipo de solo e ao sistema de cultivo favorecer sua multiplicação.
No laboratório de Nematologia da Fundação Rio Verde na safra 2014/2015 foram avaliadas amostras de solo e raízes, entre os meses de setembro a maio de diversas áreas da região do médio norte do estado de Mato Grosso e observa-se a incidência de Pratylenchus sp. em praticamente todas as amostras seguido de Heterodera glycine e Meloidogyne sp..
Como estratégia de manejo recomenda-se agregar várias técnicas como: rotação de culturas; pousio; aumento de matéria orgânica; uso de plantas antagonistas, ou com baixo fator de reprodução; cultivares resistentes; e uso de nematicidas químicos e biológicos. Para bons resultados de manejo e produtividade é importante conhecer qual a espécie presente na sua área e sua quantidade através do envio de amostra de solo e raiz para um laboratório de confiança e a utilização de um programa de manejo integrado.

Engª. Agrª. MSc. Luana Belufi - Pesquisadora
Engª. Agrª. Marina Vasconselos - Proteção de Plantas

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