Também conhecidas por plantas voluntárias, elas são originadas a partir de sementes de culturas que ocupavam a área que recebe plantio de nova cultura
Os produtores matogrossenses de soja estão prestes a iniciar uma nova safra em setembro. Por enquanto os cuidados são direcionados ao preparo do solo e insumos para o plantio que ocorrerá a partir da segunda quinzena deste mês.
Um dos cuidados que o produtor deve ter neste período de entressafra está relacionado às plantas tiguera, que são originadas a partir de sementes de culturas que ocupavam a área que receberá o plantio da nova cultura.
A pesquisa Jessica Gorri, da Fundação Rio Verde, observa que o produtor deve estar atento em erradicar as plantas tiguera antes de efetuar o plantio. Jessica alerta que a tiguera é extremamente prejudicial.
Um dos riscos da planta tiguera é que ela fornece a chamada ponte verde. “O termo já nos indica que ela faz uma ponte da cultura anterior para a próxima cultura que vai ser estabelecida. Essas plantas acabam fornecendo alimento e abrigo para pragas e patógenos, ou seja, insetos, fungos e bactérias vão ter onde se desenvolver e esperar a próxima cultura”, orienta.
Tão logo ocorra o plantio da nova cultura, as plantas tiguera se aproveitam da suscetibilidade e retiram carboidratos e nutrientes essenciais para o desenvolvimento numa das fases mais sensíveis da planta. “Aqui nós temos vários exemplos de pragas, mas o principal da nossa realidade é a cigarrinha. Então, após a colheita do milho, é muito comum vermos plantas de milho em alguns locais, de sementes que sobraram dessa colheita, espalhadas, ‘esperando’ a cultura da soja”.
A presença de plantas tiguera favorece a reprodução da cigarrinha, dificultando que o ciclo da praga seja quebrado. E a cada safra ela se torna mais resistente.
Outro ponto que tem sido observado é a transformação da tiguera em plantas daninhas. Ela consegue ficar em estado dormente e, com o estabelecimento da nova cultura, a tiguera recebe água e nutrientes. Resultado: a planta daninha começa a se desenvolver junto à cultura que foi cultivada, dificultando o controle do produtor. “Diferente de plantas daninhas comuns, que a gente já está habituado a lidar, essa planta tem uma tecnologia que já veio estabelecida na semente. Com carga dessa genética de plantas que foram de outras gerações, se torna uma planta extremamente difícil de ser controlada”, explica.
Recomendações
Para conseguir fazer o controle são necessárias algumas condutas. Uma delas é realizar sempre uma colheita bem realizada, com manutenções e equipamentos de qualidade.
Segundo a pesquisadora, é muito importante que na entressafra o produtor cuide dessa área para receber a nova cultura. “Pensar que, mesmo sem ter plantas, ela agrega valor. Então, quais são os cuidados que a gente tem que ter? Quais as maneiras que nós precisamos tomar? Será que eu preciso de uma aplicação após a colheita para manter a minha área saudável e a minha região saudável?”, orienta.
A presença de plantas tiguera na área de plantio requer uma análise técnica para estabelecer uma ação manejo com sabedoria. “Sempre consultar o seu engenheiro agrônomo para fazer de maneira assertiva o controle das tigueras. A Fundação Rio Verde está de portas abertas em todos os seus departamentos, seja na parte de entomologia, plantas daninhas, nematóides, sementes, fitopatologia, estamos aqui para atendê-los e tentar auxiliá-los da melhor maneira possível”, conclui Jéssica.
Fonte: Verbo Press | Assessoria Fundação Rio Verde